quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Eles crescem

E o meu nao foi diferente. Me lembro do meu pai dizendo que queria que fossemos sempre pequenininhos, que nao precisassemos crescer. Eu achava ridiculo ele dizer aquilo. 

Hoje entendo. Sinto uma dorzinha no peito por nao poder mais embala-los, pega-los no colo. Mas por outro lado, ve-los crescer, se tornaras pessoas que sao, ver as escolhas que fazem, me enche de orgulho de ter . 

Hoje, meu filho, voce completa 16 anos. Foi voce quem realizou o meu grande sonho - o sonho de ser mae - e eu sou muito grata a voce. 

Voce cresceu, se tornou um rapaz, as vezes moleque demais, as vezos cheio de responsabilidades.

Mas voce conquistou o meu coraçao no dia em que fiquei sabendo que voce existia dentro de mim. E todos os medos que eu tinha era o de nao ser uma boa mae de nao conseguir me sair bem nesta tarefa. Tarefa que erro tantas vezes, 

Ele cresceu

E ele cresceu. Criou asas e voou. 




Aquele serzinho pequenino que morou aqui dentro por 9 meses, que nasceu de mim, que dependia de mim para tudo,  não depende mais. Está iniciando uma nova fase em sua vida. Uma fase de desafios e vitórias. 

Com 18 anos, se mudou para Inglaterra, longe do abraço da mãe, mas não do coração. 

Talvez este seja um dos últimos posts que escrevo aqui. Não por não querer, mas porque agora você cresceu. Agora será você a contar tuas histórias, tuas conquistas, e não cabe mais a mim esta tarefa. 

Como mãe, tenho que ter consciência de que este é o teu momento - e não mais o meu. Um dia você lerá tudo o que escrevi aqui - ou talvez não. Não me importo. O que me importa é que eu te amei, te amo e sempre te amarei com todo o meu coração. Sempre te dei o melhor de mim, mesmo falhando tantas vezes. 

Desde muito antes de você nascer, sempre desejei para meus filhos independência. Por isto que aos 4 anos de idade, achava o máximo quando você atravessava a casa para ir sozinho pegar banana na fruteira porque estava com fome. Não me pedia. Simplesmente ia. 

Embora tenha doído a saudade, cantei vitória quando, aos 9 anos você foi para o acampamento de verão e ficou lá por 2 semanas, porque me ligou no final da primeira semana pedindo para extender o tempo de permanência. E se saiu muito bem. Fiquei igualmente feliz quando 2 anos depois tua irmã, aos 7 anos foi também. E fiquei orgulhosa em ver que vocês tinham se virado bem sem mim. 




As vezes fui um pouco dura, quando pedia - ou mandava - vocês fazerem as tarefas de casa, como limpar, cozinhar, arrumar o quarto. Mas agora vejo que agi certo. Afinal, você, aí em Londres consegue se cuidar - e muito bem por sinal. Lava, passa, cozinha, limpa o quarto - talvez não com a mesma frequência que eu desejaria, mas já é um começo. 

Sempre desejei que vocês tivessem vida própria, sonhos próprios, independentes dos meus. Sempre desejei que seguissem em busca do que é essencial para vocês. E sempre desejei muitas viagens. Muitas viagens mesmo. Muita cultura, muito conhecimento, muito convívio com pessoas de religões diferentes, de sexualidade diferente, de idioma diferente, de estilo diferente, de vida diferente.

Meu desejo sempre foi que, aos 15 anos, pudesse proporcionar a cada um de vocês, uma viagem ao exterior. Consegui, não, no sentido exato da coisa, mas consegui. E consegui dar para você uma vida plena, cheia de vida, de ideais, de sonhos, de independência. 

Embora meu coração de mãe queira o filho sempre pertinho, minha cabeça de mãe está muito orgulhosa do homem que você se tornou. 

Sei que você ainda vai dar muitas cabeçadas por aí. Nestas horas, não esqueça que te amo com todo o meu amor e que se - e quando - você precisar estarei sempre presente, sempre de braços abertos com um conselho amigo ou até mesmo um colo silencioso. 

Que a tua nova jornada seja gloriosa!


Guilherme Kallan, Que você conquiste teus sonhos e siga em busca dos teus ideais. Tenho muito orgulho de você. Boa sorte e muito juízo. E te amo infinito e além.