sexta-feira, 4 de junho de 2010

10 de Julho de 1996


A mamãe não vai mais precisar trabalhar por enquanto e ela està muito contente por isso porque ela vai poder passar o tempo todo dela comigo, me ensinando as coisas e brincando comigo. Ela e o papai compraram um computador para ela tentar fazer alguns serviços em casa. Assim, ela vai poder me ver crescendo. Vai poder estar por perto quando eu falar a minha primeira palavra, quando eu der meus primeiros passos e levar meu primeiro tombo.

A cada dia descubro uma coisa nova. Agora já ponho a mão na boca e a língua para fora. Tudo é novidade. E é divertido descobrir as coisas. A mamãe percebe que sempre que eu invento uma coisa nova fico todo contente. Dia 08 tive a minha primeira – e se Deus ajudar a ultima – dor de ouvido. Estávamos na casa da bsa e de repente comecei a chorar e uma febre apareceu do nada. A mamãe me levou na Santa Casa e a médica até suspeitou de meningite, mas graças a Deus, era só otite. Tadinho de mim. Chorei tanto! Deu até febre. Mas agora estou melhor. Já tomo suquinho de laranja e comendo papinha de frutas. E gosto muito. Alias, sou bom de boca. Como de tudo o que tiver pela frente.


Por Cristiane Fagá
O único motivo de eu ainda estar morando embaixo do mesmo teto que o Alexandre é o medo de que se eu for embora, morar sozinha, vou ser obrigada a trabalhar tempo integral e ficar longe do meu filho.

Teria que trabalhar para pagar aluguel, água, luz, alguém para cuidar dele. Sozinha eu não sei que tipo de vida daria para o Guilherme. E ele é a coisa mais importante na minha vida. Abro mão de qualquer coisa por ele. Se eu conseguisse um emprego que pagasse muito bem, o suficiente para pagar todas as contas e dar uma qualidade de vida boa para ele, eu iria embora na hora.

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